A conferência de Mineápolis e seus resultados
Leitura do capítulo
1
“Sê fiel até a morte,
e dar-te-ei a coroa da vida”
(Apocalipse 2:10).
Como a grande Reforma realizada por Lutero, Calvino, Zuínglio e outros no século XVI originou-se dois séculos antes (O Grande Con- flito, pág. 78), também o profetizado movimento de reforma entre os adventistas do sétimo dia teve seu início embrionário em 1888, quan- do o Senhor enviou mensagem especial a Seu povo.
Em Mineápolis, Minesota, de 17 de outubro a 4 de novembro de 1888, os adventistas do sétimo dia realizaram memorável e contro- vertida assembléia da Conferência Geral. Noventa delegados (85 estavam presentes na abertura da assembléia e cinco chegaram em 26 de outubro), representando um quadro mundial de 26.968 mem- bros, reuniram-se num dos maiores templos adventistas da época — um prédio localizado na esquina de Lake Street com Fourth Avenue South. O evento mais importante daquela assembléia foi a apresen- tação de um assunto vital — a mensagem da justificação pela fé — por dois jovens ministros: E. J. Waggoner e A. T. Jones, redatores da revista The Signs of the Times.
Em termos claros, o Espírito de Profecia pôs o selo de sua apro- vação sobre essa mensagem. Assim escreveu a irmã White:
“Em Sua grande misericórdia, enviou o Senhor mensagem preciosíssima a Seu povo por intermédio dos pastores Waggoner e Jones. Esta mensagem devia pôr de maneira mais preeminente di- ante do mundo o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo. Apresentava a justificação pela fé no Fiador; convi- dava o povo a receber a justiça de Cristo, que se manifesta na obedi- ência a todos os mandamentos de Deus.” —Testemunhos para Minis- tros, págs. 91 e 92.
“A mensagem que nos deram A. T. Jones e E. J. Waggoner é a mensagem de Deus à igreja de Laodicéia, e ai daquele que professa
(13)
crer na verdade, mas não reflete sobre outros os raios enviados por Deus.” —Manuscript Releases, vol. 15, pág. 92.
O que originou a mensagem
Ao aproximar-se a data da assembléia da Conferência Geral a ser realizada em Mineápolis em 1888, Deus enviou à liderança adven- tista e ao povo testemunhos específicos que mostravam a condição espiritual reinante na igreja e tornavam a vinda da mensagem ur- gente necessidade. Escreveu a irmã White:
“Qual é nossa condição neste tempo tremendo e solene? Ah! Que grande orgulho prevalece na igreja, que hipocrisia, que engano, que amor ao vestuário, à frivolidade e às diversões, que desejo de supre- macia! Todos esses pecados anuviaram a mente de tal modo que as coisas eternas não podem ser discernidas.” —Review and Herald, 22 de março de 1887.
“Morte espiritual acometeu o povo que deveria estar manifes- tando vida e zelo, pureza e consagração, pela mais ardorosa dedica- ção à causa da verdade. Os fatos concernentes à real condição do professo povo de Deus falam mais alto do que sua profissão e tor- nam evidente que algum poder cortou o cabo que o mantinha anco- rado na Rocha Eterna, e que estão indo à deriva para o mar, sem mapa nem bússola.” —Idem, 24 de julho de 1888.
O propósito da mensagem
A mensagem da justiça de Cristo (que inclui Isaías 58:1 e Apocalipse 3:18 e 19) foi confiada ao anjo de Apocalipse 18 a fim de realizar uma obra de reavivamento e reforma sob a ministração do Espírito San- to. Que o objetivo dessa mensagem era remediar o estado de aposta- sia da igreja e preparar um povo para a vinda do Senhor, podemos verificar em vários testemunhos:
“É o propósito determinado de Satanás eclipsar a visão de Jesus e levar os homens a olhar para o homem, a no homem confiar, e serem educados a esperar auxílio do homem. Por anos a igreja tem estado olhando para o homem, e dele muito esperando, mas sem olhar para Jesus, em quem se centraliza nossa esperança de vida eterna. Portan- to, Deus deu a Seus servos um testemunho que apresentava a verda- de como esta é em Jesus, e que é a terceira mensagem angélica, em linhas claras e distintas.” —Testemunhos para Ministros, pág. 93.
“A mensagem do terceiro anjo deve atravessar a Terra, desper- tar o povo e chamar sua atenção para os mandamentos de Deus e a
fé de Jesus. Outro anjo une sua voz com o terceiro anjo, e a Terra é iluminada com a sua glória. Que estais fazendo a fim de preparar-
vos para esta obra? Deveis lembrar-vos de que esse anjo represen-
ta o povo que tem esta mensagem a apresentar ao mundo. Estais entre esse povo?” —Review and Herald, 13 de agosto de 1885.
“Deus tem suscitado homens para atenderem às necessidades deste tempo, os quais clamarão em alta voz e não se deterão, que levantarão a sua voz como trombeta e anunciarão ao ‘Meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacó os seus pecados.’ Isaías 58:1. A obra deles não é somente proclamar a Lei, mas pregar a verdade para este tempo — o Senhor, justiça nossa.” —Idem, 13 de agosto de 1889.
“Várias pessoas têm escrito para mim perguntando se a mensa- gem da justificação pela fé é a terceira mensagem angélica, e eu te- nho respondido: ‘É a terceira mensagem angélica com toda a certe- za.’ O profeta declara: ‘Depois destas coisas vi descer do céu outro anjo que tinha grande autoridade, e a Terra foi iluminada com a sua glória.’ Apocalipse 18:1. Brilho, glória e poder devem associar-se com a mensagem do terceiro anjo e, onde quer que ela seja pregada em demonstração do Espírito, haverá convicção. Como saberá qualquer de nossos irmãos o tempo em que essa luz virá ao povo de Deus? Nós certamente não vimos a luz que corresponde a essa descrição. Deus tem luz para Seu povo, e todos quantos a aceitarem, reconhe- cerão a pecaminosidade de permanecer em estado de mornidão e aceitarão o conselho da Testemunha Verdadeira.” —Review and He- rald, 1º de abril de 1890.
“A pergunta da mais vital importância para este tempo é: ‘Quem está do lado do Senhor?’ Quem se unirá ao anjo [de Apocalipse 18:1] para proclamar a mensagem da verdade ao mundo? Quem receberá a luz que deve encher a Terra com a sua glória? Os que apreciam a luz que possuem, receberão mais luz. Luz crescente brilhará sobre as almas que se submetem à enternecedora e subjugante graça de Cristo. Aqueles que amam a luz serão salvos dos enganos de Sata- nás.” —Idem, 5 de novembro de 1889.
“Se quisermos receber a luz do glorioso anjo que deve iluminar a Terra com a sua glória, devemos cuidar para que nossos corações estejam limpos, esvaziados do eu e orientados em direção ao Céu, a fim de estarmos prontos para a chuva serôdia. Preparemo-nos para unir-nos na proclamação do anjo que há de iluminar a Terra com sua glória.” —The Signs of the Times, 1º de agosto de 1892.
“A Babilônia mística não tem poupado o sangue dos santos, e não estaremos bem despertos para captar os raios de luz que têm estado a brilhar do fulgor do anjo que deverá iluminar a Terra com sua glória?” —Mensagens Escolhidas, vol. 3, pág. 426 (1890).
Como a mensagem foi recebida
Não se pode dizer que a delegação da Conferência Geral e a maioria dos membros adventistas aceitaram em 1888 a mensagem da justifi- cação pela fé. Entre os líderes e o povo havia sérias diferenças de opinião. Arthur G. Daniells, em seu livro Cristo Justiça Nossa, pág. 43, afirma que jamais foi publicado um relatório completo sobre a apresentação e discussão da mensagem. Contudo, dos escritos de Ellen G. White publicados depois da conferência, sabemos que a mensagem teve recepção bastante limitada. Portanto, não ocorreu a obra de reavivamento e reforma que se destinava a desarraigar as crescentes ervas daninhas da apostasia e restaurar a igreja ao favor de Deus. Como resultado, grande parte dos líderes e membros fo- ram deixados a andar por entre as centelhas que eles mesmos pro- duziram. A irmã White, que apoiou a mensagem e os mensageiros, refere-se nestes termos a essa lamentável experiência e suas conse- qüências:
“Era plano de Deus que os atalaias se levantassem e, com vozes unidas, apresentassem mensagem definida, dando à trombeta o sonido certo, para que o povo todo ocupasse seu posto do dever e desempenhasse a parte que lhe competia nesta grande obra. Então a forte e clara luz daquele outro anjo que desce do Céu com grande poder teria enchido a Terra com a sua glória.” —Manuscript Releases, vol. 14, pág. 111.
“Quando manifestei a intenção de sair de Mineápolis, o anjo do Senhor postou-se ao meu lado e disse: ‘Não faças isso; Deus tem uma obra para fazeres neste lugar. O povo está repetindo a rebelião de Coré, Datã e Abirã. Tenho-te colocado em tua devida posição, a qual os que não estão na luz não reconhecerão. Eles não darão ouvi- dos ao teu testemunho, mas Eu estarei contigo. Minha graça e poder te susterão. Não é a ti que estão desprezando, mas aos mensageiros e à mensagem que enviei a Meu povo. Mostram desdém pela pala- vra do Senhor. Satanás cegou seus olhos e perverteu-lhes o juízo e, a menos que toda alma se arrependa de seu pecado — esta indepen- dência não santificada que insulta o Espírito de Deus — andarão em trevas. Removerei o seu castiçal de seu lugar, a não ser que se arre- pendam e convertam, para que eu os sare.” —Idem, vol. 3, pág. 191.
“Queira Deus que haja um despertamento religioso! Os anjos de Deus estão indo de igreja em igreja cumprindo seu dever, e Cristo está batendo à porta de vosso coração pedindo entrada. Mas os mei- os que Deus ideou a fim de despertar a igreja para a intuição de sua pobreza espiritual não foram tomados em consideração. Ouviram a voz da Testemunha Verdadeira em reprovação, mas não obedece- ram a ela. Os homens escolheram seguir seu próprio caminho, em vez do caminho de Deus, porque não haviam crucificado o eu. Des- se modo a luz produziu bem pouco efeito na mente e no coração.”
—Testimonies, vol. 5, págs. 719 e 720 (1889).
“Faz quase dois anos que estamos insistindo com o povo para que se levante e aceite a luz e a verdade concernentes à justiça de Cristo, mas eles não sabem se devem vir ou não para se apoderarem desta preciosa verdade. Estão limitados por suas próprias idéias. Não permitem a entrada do Salvador.” —Review and Herald, 11 de março de 1890.
“Desde o tempo da reunião em Mineápolis venho observando o estado da igreja laodiceana como nunca antes. Tenho ouvido a re- provação divina proferida contra os que se sentem bem satisfeitos, os que não reconhecem sua miséria espiritual. Sinto-me triste ao
pensar como, durante longos anos, tem havido rebaixamento da norma. Foi-me mostrado que bem poucos compreendem a constan- te presença do Divino Observador, que declara: ‘Conheço as tuas obras.’ Pela condescendência com o pecado, muitos perderam o fa- vor de Deus, representaram mal a Jesus, esqueceram-se de Sua pre- sença, olvidaram-se de que estão vivendo à Sua vista, e dessa ma- neira acrescentaram um mal a outro. Todos esses são virgens loucas.
... A razão por que as igrejas estão fracas, doentes e moribundas é que o inimigo exerceu influência desanimadora sobre as almas trementes. Ele tem procurado levá-las a perder de vista a Jesus, o Consolador, Aquele que os reprova, adverte e admoesta, dizendo: ‘Este é o caminho; andai por ele’.” —Idem, 26 de agosto de 1890.
“A influência resultante da resistência à luz e à verdade em Mi- neápolis tendeu a invalidar a luz que Deus comunicou a Seu povo através dos Testemunhos.” —Manuscript Releases, vol. 15, pág. 305. “Em vez de levar o mundo a prestar obediência à Lei de Deus, a igreja está-se unindo cada vez mais intimamente com o mundo na transgressão. Diariamente a igreja está convertendo-se ao mundo.”
—Testimonies, vol. 8, pág. 119 (1903).
Se a igreja, que estava “firmemente retrocedendo para o Egito” (Serviço Cristão, pág 39), tivesse de fato aceitado a mensagem “Cristo
Justiça Nossa”, teria feito uma volta em U em seu itinerário e estaria agora movendo-se em direção oposta—com Cristo para a Canaã ce- lestial. E não teria sido acusada, em 1903, de haver-se tornado pros- tituta (Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 254), nem se tornaria um “coito de toda ave imunda e aborrecível” (Testemunhos para Ministros, pág. 265) em resultado de sua progressiva união com o mundo. Em 1903 o Espírito de Profecia fez esta alarmante declaração acerca da condi- ção desenvolvida na igreja:
“Por que há tão pálida percepção da verdadeira condição espiri- tual da igreja? ... Quem pode sinceramente dizer: ‘Nosso ouro é pro- vado no fogo; nossas vestes estão incontaminadas do mundo’? Eu vi nosso Instrutor apontando para as vestes da chamada justiça. Tiran- do-as, pôs a descoberto a corrupção que estava por debaixo. Disse- me Ele, então: ‘Não vê como eles pretensiosamente encobriam seu depravamento e corrupção do caráter? Como se fez prostituta a ci- dade fiel! (Isaías 1:21). A casa de Meu Pai é feita casa de venda, um lugar de onde partiram a presença e glória divinas! Por este motivo é que há fraqueza e falta de força’.” —Testemunhos Seletos, vol. 3, págs. 252 e 254.
Jones e Waggoner deixam a igreja
Logo depois de 1903 A . T. Jones foi enredado pelas falsas crenças do Dr. J. H. Kellogg, separando-se finalmente da igreja. Em 1909 foi feito esforço especial para restaurá-lo. Ele parecia persuadido e pre- parado para reconciliação. Quando o pastor Daniells, presidente da Conferência Geral, lhe estendeu a mão, pedindo: “Vem, irmão Jo- nes, vem,” ele se levantou, estendeu lentamente a mão, mas subita- mente a retraiu dizendo: “Não, nunca!” e sentou-se novamente.
E. J. Waggoner também passou por experiência negativa quan- do problemas domésticos o levaram ao divórcio e ele casou-se nova- mente. Apesar disso, continuou defendendo as crenças fundamen- tais adventistas até o dia de sua morte.
Essa não foi a primeira nem a última vez que homens especial- mente escolhidos pelo Senhor apostataram depois de terem fielmente transmitido a mensagem. O Espírito de Profecia, contudo, nos ad- verte para não usarmos essa deplorável apostasia como argumento contra a luz do Céu enviada ao povo de Deus. Mensageiros podem desviar-se, mas isso não torna mentira a verdade que eles pregaram. Temos a advertência:
“É bem possível que o pastor Jones ou o pastor Waggoner sejam vencidos pelas tentações do inimigo. Se isso, porém, acontecer, não será prova de que a sua mensagem não era de Deus, nem de que a obra que fizeram foi um erro. Se isso acontecer, quantos tomarão essa posição e entrarão em engano fatal por não estarem sob o con- trole do Espírito de Deus. Sei que é exatamente essa a atitude que
muitos adotarão se esses homens caírem, e oro para que esses ho- mens, sobre quem Deus colocou a responsabilidade de uma obra solene, dêem à trombeta o sonido certo e honrem a Deus a cada pas- so; que o caminho deles seja cada vez mais brilhante até o fim do tempo.” —Manuscript Releases, vol. 3, págs. 201 e 202.
A mensagem apresentada por esses dois irmãos estabeleceu im- portante marco na história da Igreja Adventista do Sétimo Dia. “As- sinalou o começo de uma grande reforma.” —História de Nossa Igre- ja, pág. 246.
Escolha fatal e suas conseqüências
Deus pôs diante da Igreja Adventista duas possibilidades - aceitar a mensagem da Justiça de Cristo, ser transformada e tornar-se final- mente igreja triunfante; ou rejeitar a mensagem e, em resultado, tor- nar-se igual às igrejas populares.
Se a igreja aceitasse a mensagem de 1888, a qual requeria rea- vivamento e reforma:
“Se a igreja se revestir do manto da justiça de Cristo, deixando toda aliança com o mundo, raiará para ela o amanhecer de um dia brilhante e glorioso. As promessas de Deus a ela feitas serão sempre firmes.” —Atos dos Apóstolos, pág. 601.
Se a igreja agisse contrariamente à luz celestial, permitindo que a apostasia crescesse e assumisse o controle:
“Caso não se manifeste a mais diligente vigilância no grande coração da obra no sentido de proteger os interesses da Causa, a igreja se tornará tão corrupta como as igrejas de outras denomina- ções.” —Testimonies, vol. 4, pág. 513.
As repetidas denúncias feitas pelo ministério da irmã White, acompanhadas das reais evidências que assinalavam a tendência decadente da igreja depois de 1888 (especialmente as grandes mu- danças testemunhadas desde a Primeira Guerra Mundial), mostram qual a opção escolhida pela denominação. Os resultados finais des- sa escolha fatal foram claramente apontados no quadro profético referente ao fim do tempo de graça. Todos quantos não atendem ao
conselho da Testemunha Verdadeira e recusam-se a trajar as vestes brancas da justiça de Cristo (Apocalipse 3:18), serão deixados sem o selo de Deus e sem proteção contra as sete últimas pragas. Lamenta- velmente, visto que apenas uns poucos aceitaram o remédio ofereci- do em 1888, a grande maioria sofrerá desapontamento denomina- cional. Podemos ler isso em Ezequiel 9, explicado pela irmã White nos seguintes termos:
“Os que receberem o puro sinal da verdade, neles gravado pelo poder do Espírito Santo, representado pelo sinal feito pelo homem vestido de linho, são os que ‘suspiram e gemem por todas as abomi- nações que se cometem’ na igreja. Seu amor pela pureza e pela hon- ra e glória de Deus é tal, e têm tão clara visão da excessiva maligni- dade do pecado, que são representados como em agonia, suspiran- do e gemendo. Ler o nono capítulo de Ezequiel.” —Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 336.
Por outro lado, “a matança geral de todos os que não vêem as- sim a vasta diferença entre o pecado e a justiça, porém, e não sentem como os que se acham no conselho de Deus e recebem o sinal, é descrita na ordem dada aos cinco homens que tinham as armas des- truidoras.” —Ibidem.
“Vemos aí que a igreja — o santuário do Senhor — foi a primeira a sentir o golpe da ira de Deus. Os anciãos, aqueles a quem Deus dera grande luz, e que haviam ocupado o lugar de depositários dos interesses espirituais do povo, haviam traído o Seu depósito.”
—Testemunhos Seletos, vol. 2, págs. 65 e 66.
Alguns reavivamentos
Após a sessão da Conferência Geral em Mineápolis, 1888, a irmã White viajou com os irmãos A. T. Jones e E. J. Waggoner de lugar em lugar participando na apresentação da mensagem que era acompa- nhada pelo poder de Deus.
“Em todas as reuniões, desde a assembléia geral, almas têm an- siosamente aceitado a preciosa mensagem da justiça de Cristo. Da- mos graças a Deus por existirem almas que reconhecem estar em necessidade de algo que não possuem: o ouro da fé e amor, as vestes brancas da justiça de Cristo, o colírio do discernimento espiritual.”
—Review and Herald, 23 de julho de 1889.
“Temos visto almas tornarem do pecado para a justiça. Temos visto a fé renascer no coração dos contritos.” —Idem, 27 de maio de 1890.
Especialmente informativa é a descrição da reunião de reaviva- mento ocorrida em South Lancaster, Massachussetts, pouco tempo depois da assembléia de Mineápolis. Esse memorável ajuntamento é um exemplo de como o Senhor operava através da mensagem para a conversão de almas. Eis o relato da serva do Senhor:
“Nunca vi uma obra de reavivamento desenvolver-se com tanto vigor e ao mesmo tempo permanecer isenta de indevida agitação. Não houve pressão nem constrangimento. Embora o povo não fosse chamado para vir à frente, todos reconheceram solenemente que Cristo não veio para chamar justos, mas pecadores ao arrependi- mento. Os sinceros de coração estavam prontos a confessar seus pe- cados e produzir frutos para Deus mediante arrependimento e resti- tuição, tanto quanto lhes estivesse isso ao alcance. Muitos houve
que, ao serem-lhes apresentadas as perscrutadoras verdades, deram testemunho dizendo que se haviam convencido de que, segundo o critério da Lei, eram transgressores. Haviam confiado em sua pró- pria justiça. Viam-na agora como trapos de imundícia em compara- ção com a justiça de Cristo, que é a única aceitável a Deus. Embora não fossem transgressores declarados, reconheciam ter coração de- gradado e corrupto. Haviam posto outros deuses no lugar de seu Pai celestial. Haviam lutado para fugir do pecado, mas confiaram em sua própria força. Devemos ir a Jesus tal qual estamos, confes- sando nossos pecados e lançando nossa alma desamparada sobre nosso compassivo Redentor. Isso subjuga o orgulho do coração e é uma crucifixão do eu.” —Review and Herald, 5 de março de 1889.
Esses reavivamentos individuais ou locais, contudo, não benefi- ciaram a liderança adventista nem o povo em geral. A igreja como um todo continuou escorregando cada vez mais para a apostasia. Isso é claramente revelado nos escritos de Ellen G. White, que testificou no fim do século dezenove e início do século vinte:
“Por toda parte vemos os que receberam muita luz e conheci- mento, escolhendo deliberadamente o mal em lugar do bem. Não fazendo tentativa alguma para reformarem-se, vão-se tornando pio- res mais e mais.” —Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 102.
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